“O Legado dos Alanos – Armas, Vestuário e Artefactos Domésticos Caucasianos”
A Galeria de Exposições do Palácio da Cidadela de Cascais apresenta a exposição “O Legado dos Alanos – Armas, Vestuário e Artefactos Domésticos Caucasianos”, sobre os povos de origem iraniana que se estabeleceram na região do Cáucaso há dois milénios e que, no início do século V, chegaram à Península Ibérica. A organização desta exposição é da Fundação D. Luís I, em colaboração com a Câmara Municipal de Cascais.
A exposição explora a ligação entre os ossetas-alanos que, ainda hoje, vivem na região do Cáucaso, e os povos alanos originários, cuja história remonta ao século I d.C. A mostra apresenta peças da coleção do empresário e filantropo osseta Vladislav Khabliev, residente em Cascais. São armas, munições militares, peças de vestuário, itens de cavalaria, artesanato tradicional e itens do quotidiano do Norte do Cáucaso e da Transcaucásia (que compreende atualmente a Arménia, a Geórgia e o Azerbaijão) datadas dos séculos XVII ao XXI.
Como as peças e artefactos presentes em “O Legado dos Alanos – Armas, Vestuário e Artefactos Domésticos Caucasianos” demonstram, o legado dos povos alanos perdura no tempo e está, até hoje, presente nos modos de vida, lendas e tradições (dança, música, gastronomia, roupas e artesanato) dos ossetas, os alanos modernos que habitam a norte do Azerbaijão e Geórgia.
Por volta do ano 408 d.C., parte dos alanos atravessou toda a Europa e alcançou a Península Ibérica. Terá sido na cidade de Pax Julia, hoje Beja, que estabeleceram a sede do reino dos alanos em terras lusas. Além das peças originais, na exposição poderão ser vistas réplicas de armas do século V e de trajes do lendário Rei Addac (também referido como Átax ou Ataces) e da sua esposa Cindazunda, uma princesa do rival povo suevo, que ocupou um território que terá se estendido entre o sul do Rio Douro e a zona cartaginense (na costa do espanhola) e que, reza a lenda, terá liderado a reedificação da cidade de Coimbra, que havia sido destruída por anos de conflito, e a fundação de Alenquer, cujo nome significa “Templo dos Alanos”.
Há quem acredite que a história do casamento do Rei Addac com a princesa Cindazunda está imortalizada na heráldica de Coimbra: no brasão da cidade, a figura feminina coroada é Cindazunda; o leão, o timbre dos alanos, e o dragão, dos Suevos. No meio, o cálice que representa a união entre dois povos outrora inimigos, unidos após um conflito tão intenso que teria tingido de vermelho as águas do Mondego. Ainda no século V, os alanos ibéricos foram forçados a migrar para o norte de África, devido às invasões árabes. Apesar da curta duração do reino alano na Lusitânia, a sua presença é evidenciada por importantes marcas arqueológicas em sítios como os castelos de Torres Vedras e Almourol.
Saiba mais no site da Fundação Dom Luís I: AQUI
Mais informações: 214 815 660 | geral@fdl.pt
Organização: Câmara Municipal de Cascais | Fundação D. Luís I | Bairro dos Museus