Arquitetura Modernista no Estoril
No final do século XIX, Santo António do Estoril era ainda uma modesta estância termal que a moda dos banhos de mar viria a divulgar em novos moldes, em função da extensão do areal do Tamariz, da proximidade do Monte Estoril e da facilidade de acesso proporcionada pelo caminho-de-ferro. A partir de 1914, Fausto de Figueiredo impulsionou a transformação do Estoril numa estação marítima, climatérica, termal e sportiva de nível internacional. O projeto, gizado por Henri Martinet, comportava a construção de equipamentos coletivos orientados para atividades de lazer, como novas termas e hotéis, um casino, equipamentos desportivos e estabelecimentos comerciais, em torno de um amplo parque virado para o mar. Foi, contudo, na década de 1930 que este plano se cumpriu, com a inauguração do Hotel Palácio e do Casino Estoril, a que se seguiria a urbanização da zona norte do Parque, que então foi tomada por moradias unifamiliares de gosto modernista.
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Este edifício foi construído em 1933 para a The Anglo-Portuguese Telephone Company, com projeto do arquiteto Adelino Nunes (1903-1948), que gizou a maioria das estações dos CTT nas décadas de 1930 e 1940. A morfologia do terreno onde seria implantado, entre o caminho de ferro e a futura Avenida Marginal, esteve na génese de um edifício “fachada”, com um piso ao nível da rua e outro em cave, de planta longitudinal. A expectável monotonia do desenho foi contrariada pela justaposição de corpos assimétricos, que se acentua no volume cilíndrico a nascente, dotado de uma pequena pala semicircular apoiada em colunas lisas. Aliando um discurso arquitetónico de vanguarda às novas tecnologias da época, como a utilização do betão, o edifício traduziria a ideia de progresso a que o Estado Novo se procurou associar, assumindose como um dos mais importantes exemplares da arquitetura modernista do Estoril.
