Rota Literária de Cascais
A vila de Cascais emana invariavelmente uma noção de lazer prazeroso e por isso surge como cenário privilegiado para estórias, personagens e escritores.
Ainda o advento ferroviário do final do século XIX não havia iniciado e já Almeida Garrett se escapulia furtivamente até Cascais, em busca do seu amor proibido, a Viscondessa da Luz.
Com o progressivo esbatimento das distâncias entre a vila e a capital, cada vez mais foram os autores que escreveram sobre Cascais.
Ramalho Ortigão enalteceu as praias e aspropriedades terapêuticas das suas águas, ao passo que Alberto Pimentel se deliciou com a gastronomia local. Para Fernando Pessoa e Maria Amália Vaz de Carvalho, Cascais era um refúgio espiritual reconfortante. Eça de Queiroz reunia os principais intelectuais da sua época em animados jantares na Casa de S. Bernardo. E pese embora a faceta naturalmente descontraída da vila, esta também não podia escapar às principais questões do seu tempo, como nos lembra Ruben A., após ter convivido com vários refugiados da Segunda Guerra Mundial no Chalet Leitão, junto à Baía.
Obrigatório destacar ainda o papel de Branquinho da Fonseca, responsável por aproximar as bibliotecas da comunidade, através do seu reconhecido trabalho enquanto conservador do Museu-Biblioteca Condes de Castro Guimarães.
A partir destas múltiplas referências que ligam os livros à vila, nasceu a Rota Literária de Cascais, que pretende constituir-se como um meio de promoção do património literário local.
Esta rota foi desenhada por António Ribeiro, aluno de mestrado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, no âmbito de um estágio que a Câmara Municipal de Cascais lhe facultou.