Casa de Santa Maria
Indissociável da paisagem de Cascais, no conjunto que forma com o Farol Museu de Santa Marta e o Museu-Biblioteca Condes de Castro Guimarães, a Casa de Santa Maria é uma construção de 1902. Constitui uma das mais emblemáticas obras do arquiteto Raul Lino, que iniciou a sua carreira precisamente no concelho de Cascais, projetando uma série de casas para alguns amigos.
No final do século XIX, Jorge O’Neil, aristocrata ligado à indústria tabaqueira, adquiriu alguns terrenos junto a Santa Marta e mandou construir primeiro a Torre de São Sebastião - atual Museu Condes de Castro Guimarães – e, um pouco mais tarde, a Casa de Santa Maria.
Por volta de 1917, a propriedade foi vendida ao engenheiro José Lino Júnior, irmão mais velho do arquiteto Raul Lino. José Lino, grande colecionador e apreciador de arte, adquiriu para a sua nova casa um conjunto de azulejos artísticos do século XVII e um teto de madeira pintado a óleo, de autoria atribuída a António de Oliveira Bernardes, espólio este proveniente de uma antiga capela, em Frielas.
Mais tarde, em 1925, a casa foi adquirida pela família Espírito Santo, que nela recebeu a visita de personalidades ilustres, como a Grã-duquesa Carlota do Luxemburgo e a sua família, os Condes de Barcelona, o Rei Humberto II de Itália, os Duques de Windsor, entre outras.
Projetada em comprimento, a Casa de Santa Maria é constituída por uma sucessão de compartimentos, resultado de um exercício de crescimento bem idealizado. No seu interior destaca-se a articulação de uma série de elementos, ressaltando um elevado número de azulejos figurativos e de padrão, tanto de iconografia campestre como religiosa, e o teto de madeira pintado a óleo, que foi adaptado à sala de jantar. A existência de tão rica e diversificada coleção de azulejos – painéis como a Purificação de Nossa Senhora, a Fuga para o Egipto, a Virgem com Jesus e São João Meninos, a Circuncisão, Jesus entre os Doutores, Nossa Senhora costurando – revelam uma valia patrimonial indiscutível, visto tratar-se de repertório artístico do barroco português.
O espaço, que é procurado para visitas guiadas temáticas, acolhe regularmente conferências, apresentações de livros, workshops diversos, exposições temporárias e cursos livres. As suas instalações podem também ser requeridas para a realização de casamentos e outros eventos de cariz social e promocional.
Em outubro de 2004 a Casa de Sta. Maria foi adquirida pela Câmara Municipal de Cascais à família Espírito Santo.
AVISO | Temporariamente encerrado ao público
---
A meia distância entre o promontório da Guia e o Cabo Raso situa-se o Forte S. Jorge, inicialmente também conhecido como baluarte de Oitavos por se encontrar próximo do cabeço do mesmo nome – hoje designado Oitavos - onde então existia uma vigia.
Construído entre 1642 e 1648, a sua planta poligonal de cinco lados desiguais, apoiada sobre a falésia, é exemplo privilegiado de adaptação ao terreno.
Em 21 de Dezembro de 1974, é classificado como Imóvel de Interesse Público e em 1999 e cedido pela Direção- Geral do Património do Estado à Câmara Municipal de Cascais, com o objetivo da sua recuperação, salvaguarda e valorização.
Data do ano 2001 a abertura ao público como espaço de valência museológica, ao serviço da cultura.
No interior do espaço fortificado, o edifício onde se localizavam o quartel, a casa da pólvora, os armazéns e as cozinhas apresenta agora uma exposição, organizada em dois núcleos, que integra o Forte de S. Jorge de Oitavos no dispositivo militar de defesa avançada da barra do Tejo e revela aspetos da sua organização funcional e das vivências em tempos de guerra e da paz.
Núcleo I
- A linha defensiva da barra do Tejo, as fortificações de Cascais e o Forte de S. Jorge
- Evocação da construção do aparelho defensivo da embocadura oceânica de Lisboa e territórios envolventes, apresentando os momentos históricos mais marcantes desse processo no tocante às fortificações marítimas de Cascais, do séc. XV ao séc. XIX..
- A segunda parte deste núcleo centra-se na história do Forte de S. Jorge, num registo de memória, em paralelo com os acontecimentos nacionais coevos.
Núcleo II
- Artilhamento e guarnição em finais do século XVIII
- Esta sala faz a abordagem dos temas do artilhamento e das guarnições, recorrendo a réplicas de uniformes e dos instrumentos que eram utilizados no paiol e no serviço das bocas-de-fogo, correspondendo a uma «cápsula do tempo», situada entre a década de 1760 e as Invasões Francesas.
Encerrado à Segunda Feira | Domingo de Páscoa | 1º de Maio | Dia de Natal | Dia de Ano Novo